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Viagem na Coreografia da Mente: A Experiência Simbólica no Fluxo de Consciência

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O estranhamento e o fluxo de consciência na obra de Clarice Lispector

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Como o estranhamento na obra de Clarice Lispector se conecta com o fluxo de consciência?

 

No vídeo em questão, a escritora Noemi Jaffe fala sobre o aspecto do estranhamento na obra de Clarice Lispector e o que isso representa.

 

O estranhamento e o fluxo de consciência são dois elementos centrais na obra de Clarice Lispector, e estão profundamente interligados, especialmente na forma como a autora mergulha na subjetividade das personagens para revelar suas experiências existenciais mais íntimas. Esse fluxo intenso dos pensamentos humanos — e às vezes nem humanos — potencializa o que chamamos de “ser estrangeiro” dentro da obra de Clarice. Uma vez que o fluxo interno se sobressai em relação à atmosfera externa, esse estranhamento ou estrangeirismo — derivado das percepções aguçadas sobre a vida e o mundo — toma o protagonismo no texto. Esse é um processo orgânico na obra Clariceana.

 

🌪️ O que é o estranhamento em Clarice Lispector?

Na obra de Clarice, o estranhamento não é algo apenas externo ou surreal, grotesco ou jocoso. É um deslocamento de percepção: algo cotidiano, simples — como um ovo, uma barata, um beijo, ou o som de uma máquina de escrever — de repente se revela profundo, enigmático, até perturbador. O que era familiar se torna estranho, como se o mundo perdesse o “verniz” da normalidade.

Esse efeito tem muito a ver com a ideia de desautomatização, presente no formalismo russo: Clarice faz com que vejamos o mundo como se fosse pela primeira vez.

 

🧠 Como o estranhamento se conecta ao fluxo de consciência?

Clarice usa o fluxo de consciência para provocar o estranhamento — e vice-versa. A maneira como seus personagens pensam e percebem o mundo revela frestas de realidade que normalmente ignoramos. Isso cria um efeito de revelação, onde:

 

  • O que parecia simples se mostra insondável.
  • O mundo perde sua “lógica habitual” e se mostra como um mistério.
  • A linguagem se fragmenta, tentando captar algo que está além das palavras.

 

Um exemplo clássico é “A Paixão segundo G.H.”: a personagem, sozinha em seu apartamento, vive um momento de ruptura diante de uma barata. Pelo fluxo de sua consciência, acompanhamos o nascimento de uma nova percepção de si e do mundo, marcada por angústia, silêncio, epifania — e muito estranhamento.

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